O HISTÓRICO DE VIOLÊNCIA CONTRA PREFEITOS EM COARI

A “profissão” prefeito em Coari é historicamente uma “profissão perigo”. Há dois casos de prefeitos mortos no exercício do mandato e o incidente recente comprova a periculosidade do cargo. Os fatos são históricos, e comprovam uma realidade violenta da política local.

O PRIMEIRO PREFEITO ASSASSINADO: HERBET DE AZEVÊDO

Herbet de Azevêdo chegou em Coari no ano de 1927, assumindo a prefeitura das mãos do Major Joaqui de Souza. Herbet era filho do jornalista e escritor Raul de Azevêdo, amazonense e administrador dos correios no Amazonas e no Acre. O momento político e econômico de Coari era de perdas com queda de arrecadação,  declínio da borracha e queda dos preços da castanha. O fato que deflagrou a morte do então prefeito do município foi um conflito de terras em uma comunidade rural denominada Apaurá, Rio Solimões. Herbet foi assassinado por Pedro Flores Pereira. O prefeito enfrentou cerca de 20 homens armados em um tiroteio em frente a prefeitura da época (que ficava localizada onde hoje funciona o Banco Bradesco), quando veio a sucumbir vítima de uma bala de rifle.


O SEGUNDO PREFEITO ASSASSINADO: DR. ODAIR CARLOS GERALDO

Odair Carlos Geraldo, era médico e assumiu a prefeitura de Coari das mãos de seu opositor Evandro Aquino. Na mesma época assumiu a Câmara Municipal de Vereadores como presidente Arnaldo Almeida Mitouso (atual prefeito). A relação entre os dois poderes sempre foi conturbada, com falta de repasse de recursos da prefeitura para a câmara e ameaça  de cassação da câmara para com o a prefeitura. Os conflitos deixaram o campo político para o pessoal. Em um epsódio no bairro Taua-Mirim Odair e Arnaldo quase foram às vias de fato e não houve morte porque algumas garis entraram no meio do conflito impedindo a tragédia. Posteriormente, em um conflito com confronto e agressão física envolvendo os irmãos de Arnaldo Mitouso e assessores de Odair Carlos Geraldo o pior aconteceu. O médico e prefeito morreu vítima de um tiro onde Mitouso é o principal acusado pelo disparo. Arnaldo também foi ferido no conflito com dois tiros. Na época Arnaldo confessou ter atirado em Odair Carlos Geraldo, segundo os autos. O fatídico caso aconteceu no ano de 1995 e até hoje o julgamento do caso ainda não aconteceu. Se for condenado Mitouso pode pegar até 12 anos de prisão e perder o mandato de prefeito.

O ATENTADO CONTRA ARNALDO ALMEIDA MITOUSO

Por pouco, o terceiro caso de prefeito vítima de homicídio não aconteceu, o que não extingue violência por trás dos disparo de balas que atingiram o atual prefeito no pescoço, o que passa a ser um registro histórico deste perfil violento da história política do município de Coari. O atentado acontecido neste dia 5 de agosto manteve a escrita de violência em torno do cargo de chefe do executivo municipal de Coari. Apesar de quase ter morrido no atentado de qual foi vítima, Mitouso informou que não vinha sendo ameaçado de morte.